quinta-feira, 28 de junho de 2012

A LEI DA GRAÇA

Vivemos num mundo capitalista e, mais do que isso, degenerado pelo pecado; daí a dificuldade de lidarmos com a graça. Não entendemos que Jesus nos deu a vida eterna e não exige nada de nós por isso, apenas que aceitemos gracioso presente.
Não são mais necessários sacrifícios, obras ou lei, pois o sangue de Cristo foi o sacrifício definitivo, obra perfeita e cumprimento final da lei.
Para entender viver na graça de Cristo é necessário compreender Suas palavras. Na parábola da Videira e os ramos, o Senhor diz: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo. 15.5)
Ou seja, apenas sendo totalmente dependente de Cristo, estando ligado íntima e definitivamente a Ele é que se produz resultados na vida cristã, pois até quem faz somente o que é correto será por Jesus rejeitado se não for um discípulo seu.
Nosso julgamento primário não será por nossas obras, e sim por quem escolhemos como Senhor: se foi Jesus Ele sempre nos reconhecerá e viveremos eternamente.
A Lei do Antigo Testamento nos serviu como um “aio”, um condutor que mostrou o nosso pecado e a necessidade da misericórdia e perdão de Deus. Cumprida por Cristo, tornou-se desnecessária e, agora, a lei da Graça resume-se no amor.
Quando os religiosos perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento, Ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt. 22. 35-37). E ainda os surpreendeu (v. 38): “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”.
Sendo a lei do amor muito mais abrangente do que a lei mosaica, pois sonda as intenções do coração, não conseguimos vivê-la por nossas virtudes, mas somente pelo poder de Deus. Ou seja, apenas se estivermos presos como ramos na Videira, que é Jesus.
Aos cristãos cabe “negar a si mesmo”, “tomar a cruz e seguir”, “caminhar a segunda milha”, “oferecer a outra face”, “vencer as tentações”, só que debaixo da lei do amor, através da graça de Cristo, pois o homem natural não é capaz de atos tão nobres e tamanho desprendimento.
Se quisermos viver a vida abundante e a liberdade que Jesus nos oferece, precisamos aceitar que simplesmente a graça nos salva e que a vida em Cristo, apesar de não ser fácil, é suficiente para garantir bons frutos em nossa caminhada cristã. Somente o amor de Deus deve nos constranger. Sem legalismo, medo do inferno ou do diabo. Apenas pela lei da graça: o amor.

Rosane Itaborai Moreira

Postado em 05/06/2010


segunda-feira, 21 de maio de 2012

CRISTO RESSUSCITOU!


“Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: "Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! (Lucas 24.2-6)
Esse acontecimento fundamental e essa frase tão gloriosa têm atravessado séculos: Jesus ressuscitou! 
A Ressurreição é o evento mais importante do Cristianismo e de toda a história da humanidade. Nada tão poderoso foi dito desde a criação do mundo.
A ressurreição do Senhor é a demonstração do imenso poder de Deus e de Sua soberania sobre a vida e a morte. Apenas o Deus criador seria capaz de devolver à vida aquele que já morrera.
A ressurreição de Jesus é também a garantia de que nós ressuscitaremos e viveremos eternamente com Cristo. É o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Como Paulo alertou os coríntios a esse respeito: “Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão.” 
(1 Co. 15.13,14,19)
A Ressurreição é a vitória gloriosa e triunfante da Vida sobre a morte, pois Jesus morreu, ressuscitou e voltará! A morte não pode conter o nosso Salvador. Da mesma forma, nós não morreremos, antes, seremos participantes dessa vitória e viveremos eternamente com Cristo Jesus. “Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória".” (1 Co.15.54)
Há um hino que retrata o refrigério e o descanso que a ressurreição de Cristo proporciona às nossas almas: “Porque Ele vive, posso crer no amanhã; porque ele vive, temor não há. Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida está nas mãos do meu Jesus, que vivo está”.
Cristo ressuscitado é a nossa alegria, a nossa vitória, a nossa esperança...

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O CORDEIRO PASCAL

A Páscoa foi uma festa instituída por Deus em lembrança da libertação dos israelitas da escravidão do Egito. O nome significa passagem, alusão à visita do anjo da morte que eliminou os primogênitos egípcios e preservou os hebreus cujas portas das casas tinham sido aspergidas com o sangue do cordeiro pascal (Ex.12.11-27).
Era uma festa com muitas regras a serem observadas pelo povo. O cordeiro morto tinha que ser sem defeito, novo e macho. Na mesma noite, o cordeiro assado deveria ser comido com pão asmo e ervas amargas, não devendo ser quebrados os seus ossos. Se havia sobra para o dia seguinte, esta devia ser queimada. Durante os oito dias da Páscoa não se podia comer pão levedado. Era tão rigorosa a obrigação da guarda da Páscoa que todo aquele que a não cumprisse seria condenado à morte (Nm 9.13). E aquele que tivesse qualquer impedimento legítimo, como jornada, doença ou impureza, tinha que adiar sua celebração até ao segundo mês do ano eclesiástico. Vemos um exemplo disso no tempo de Ezequias (IICr 30.2-3).
Para os cristãos, Jesus Cristo é o sacrifício da Páscoa. Perfeito e sem pecado. Isso é claro na profecia de João Batista, em Jo. 1.29: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" e na ordem do apóstolo Paulo: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado." (1Co 5.7).
Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que foi sacrificado para salvação e libertação dos pecados de todo homem que crê. Para a saída da escravidão do pecado e da morte e entrada na liberdade que nEle há.
Para isso aprouve a Deus que a Sua morte acontecesse exatamente no dia da Páscoa judaica, apresentando de forma clara o paralelo entre o sangue do cordeiro e o sangue do próprio Jesus.
A Páscoa dos hebreus libertou-os da escravidão física e da opressão dos egípcios. O sangue de Jesus nos livrou da escravidão espiritual, do pecado e da morte eterna.
Como Paulo declarou “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). E ainda Pedro: “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (IPe. 1.18,19).

Rosane Itaborai Moreira

Postado em 03/04/2010

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FELICIDADE


O maior desejo de todo homem, cristão ou não, é ser feliz.
No dicionário, a felicidade é um conjunto de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. Ou ainda, a sensação de bem-estar ou paz interna. O oposto da felicidade seria a tristeza.
Além de o sentimento de felicidade ser muito emocional e vulnerável, podendo a pessoa sentir-se feliz num momento e no outro não, a percepcão de como alcançá-lo mudou nos últimos tempos. Até alguns anos atrás, entendia-se que a felicidade era atingida por alguém quando os seus deveres eram cumpridos, como educar os filhos, sustentar a familia, formar-se numa faculdade, etc. Hoje, ela está relacionada com a realização de desejos pessoais.
O conceito bíblico de felicidade não é o mesmo dos ímpios. Ser feliz, para o mundo, é adquirir muitos bens, dinheiro, casar, fazer viagens,  ter saúde perfeita e tudo isso é muito bom. Mas, segundo as Escrituras, ser feliz não é desfrutar de algumas coisas passageiras e imediatas; é um estado permanente que independe das circunstâncias, sendo alcançado pela decisão de temer, confiar e viver conforme os preceitos de Deus. 
Na Palavra de Deus, a felicidade é uma bênção do Senhor em conseqüência da escolha de vida conforme os padrões bíblicos. Nela, há muitos versículos que falam sobre o homem feliz ou bem-aventurado. Um deles afirma: “Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR e se compraz nos seus mandamentos.” (Sl 112.1). Ainda na Bíblia, encontram-se outras características daquele que é feliz. Ele é generoso, tem fé, serve ao Senhor e aos irmãos, suporta as adversidades e tentações. Enfim, somente é feliz o homem que permitiu a Deus reinar em seu coração.
Se alguém deseja encontrar a verdadeira felicidadeira precisa buscá-la nos moldes do Senhor. A forma que o mundo tenta alcancá-la  é a de quem corre atrás do vento,  não chega a lugar algum e jamais se satisfaz, pois não tem como base o que é essencial e verdadeiro. Não usa critérios divinos, mas humanos.
O homem pode buscar a felicidade de todas as formas, mas apenas conseguirá quando a fonte de sua busca for o próprio Deus.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O VERDADEIRO RESGATE

No último domingo, 13 de novembro de 2011, o Brasil pode assistir a cobertura completa da retomada das favelas da Rocinha, do Vidigal e Chácara do Céu pelas forças de paz. A ocupação foi um sucesso e, no dia seguinte, o clima já era de tranquilidade. Depois de 40 anos subjugados pelo tráfico de drogas, os moradores do local podem, enfim, ter esperança de uma vida digna e de paz.
Se esse exemplo pontual de resgate da liberdade nos emociona e nos leva a confiar em dias melhores, precisamos entender o valor infinitamente maior do resgate da vida eterna por Jesus, ao retirar o homem do poder do pecado, da morte e da condenação, reconciliando-o com o Pai.
A Palavra de Deus relata que o pecado entrou na humanidade, sujeitando-a à morte eterna e condenação e separando-a de Deus.“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm. 5.12); “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).
Nessa condição, até a própria Lei, dada por Deus como orientação humana, tornou-se objeto de reprovação. “E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.” (Rm. 7.10,11)
Como éramos escravos do pecado, da morte e da condenação, nosso acesso a Deus era limitado e nosso relacionamento com o Pai estava comprometido. Nossa esperança havia sido anunciada pelos profetas a aguardávamos ansiosamente a vinda daquele que nos resgataria a vida e a liberdade.
Somente uma atitude divina e gratuita seria capaz de liquidar essa dívida, pois isso seria impossível ao homem. E foi essa a missão de Cristo, morrer e pagar a nossa condenação, promovendo a justiça de Deus e conduzindo-nos novamente à vida e à presença do Pai. "Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo" (Rm. 5.17).
O verdadeiro resgate da vida humana foi o que Jesus nos proporcionou na cruz do Calvário. A nossa libertação em Cristo é a conquista da liberdade plena, da dignidade e da vida eterna. É a esperança em dias melhores e a certeza da paz total com Deus, que somente o sangue do Cordeiro pode promover. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Rm. 5.1,2)

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 3 de março de 2011

O ALVO DO CRISTÃO

Segundo o dicionário, caráter é um conjunto de qualidades, boas ou más, que distinguem uma pessoa. Em linguagem comum, o termo decreve os traços morais da personalidade. Assim, toda a forma de pensar e agir, independente de estar a sós ou sendo observado, é traço característico do caráter de um indivíduo.
A Bíblia diz que devemos buscar o caráter de Cristo; que este deve ser nosso alvo. E essa transformação não é atingida imediatamente; ela é fruto de uma busca contínua e persistente, e nem sempre confortável. No entanto, ao nos dispormos, Deus age em nossas vidas e vai nos aperfeiçoando à Sua imagem e semelhança. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Co. 3.18)
Essa disposição em direção à busca do caráter de Jesus só se inicia quando há a percepção de que somos imperfeitos e que necessitamos de aprimoramento tendo o Senhor como exemplo e alvo. Ao entendermos os nossos defeitos e a excelência de Cristo, podemos abrir mão de nossos desejos e permitir o tratamento de Deus.
O primeiro gesto do homem que busca ser semelhante a Cristo é se humilhar diante da grandiosidade e perfeição de Deus. A iniciativa é nossa, mas, como já foi dito, não alcançaremos nosso intento por nós mesmos, e sim pela ação do Espírito Santo. Não será um trabalho humano, mas divino e sobrenatural.
Jesus afirma em João capítulo 15 que Ele é a videira e nós, a vara; e que o Pai limpa toda vara que dá fruto, para que dê mais frutos ainda. Essa é a garantia que temos: que é o próprio Deus age em nossas vidas para que cheguemos “a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4.13).
Nesse processo, uma coisa muito interessante acontece: a medida que conhecemos a Deus e somos por Ele transformados vamos percebendo o quando necessitamos, ainda mais, de sermos limpos e aperfeiçoados.
Aos poucos, Deus vai moldando nosso caráter, retirando nossos traços indesejáveis e melhorando nossas virtudes. A única condição é a persistência em permanecer em Cristo, buscando-O e reconhecendo a nossa condição de dependência.
Devemos lembrar que há um propósito maior quando Deus nos ensina buscar ser igual ao Senhor. E esse propósito não é apenas o nosso testemunho terreno nessa vida, mas também a nossa vida eterna. Não podemos nos esquecer que não findaremos com a morte; viveremos com Jesus. Ainda mais por isso, devemos nos manter firme em direção ao alvo, pois com Ele também reinaremos eternamente.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O REINO DE DEUS

Seguir a Jesus é uma atitude corajosa, que exige renúncia e determinação. O Reino de Deus, verdadeiramente, não é daqui. Os seus valores não são os do mundo. Ao contrário, os valores enaltecidos no Reino são desprestigiados e repudiados por nossa sociedade.
No Magnificat de Maria, ela declara sua esperança em relação ao novo reino que se apresentava:
“Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e santo é seu nome.
E a sua misericórdia é de geração em geração sobre os que o temem.
Com o seu braço agiu valorosamente; dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos.” (Lc. 1.49-53)
A vinda do Deus encarnado à terra marcou a instauração do Seu Reino não apenas na Palestina, mas em todo lugar que tiver a presença de cada um de seus seguidores.Afinal, ele existe primeiramente dentro de cada um de nós.
O Seu Reino não determinou somente uma nova ordem social, como também estabeleceu novos conceitos morais, espirituais e relacionais. Revolucionou a sociedade da época e todas as épocas que vieram após sua vinda.
Assim sendo, as declarações de Jesus devem encontrar lugar em nossos corações e em nossos atos para que promovam mudança no mundo.
O Senhor elogiou a viúva pobre que dera todo o seu sustento, apesar de serem apenas duas moedas. Considerou “próximo” o samaritano, desprezado historicamente pelos judeus. Desvalorizou a religiosidade do jovem rico, mostrando que o entendimento da lei ultrapassava as aparências. Declarou felizes os mansos, injustiçados, perseguidos, puros e aqueles que choram. Ensinou o perdão, a renúncia e a misericórdia. Amou os pecadores e os desprezados. Por isso, e muito mais, enfureceu os judeus, que sentiram-se afrontados e ameaçados pela grandeza e veracidade de suas afirmações e atitudes.
Somos, igualmente, como discípulos de Cristo, convidados a revolucionar a sociedade, a não seguir os seus padrões. Afinal, pertecemos ao Reino de Deus, um reino que tem Jesus no comando, cujas regras e leis não se dobram ao poder, conhecimento e riqueza humanos.
O Reino, ao contrário, é regido pelo amor, justiça e misericórdia; requer que nos esvaziemos de nós mesmos e nos submetamos ao Senhor, que caminhemos a segunda milha e ofereçamos a outra face. Exige que nossa vida seja o testemunho vivo do senhorio de Cristo.
Fazer parte do Reino de Deus é ser o sal da terra e a luz do mundo, ser daqueles que não se dobram e “têm alvoroçado o mundo, ... estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus.” (At. 17.6,7)

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

POR DIAS MELHORES

As novas gerações sempre foram alvos de esperança de dias melhores. É natural desejar que, entre os jovens, surjam muitos que irão indignar-se com situações difíceis e liderar movimentos de mudança.
Apesar de não estar entre eles, necessariamente, a melhor solução, é o encontro do antigo com o novo que amplia os horizontes e traz outras possibilidades. E são eles que podem dar nova direção às diversas áreas da sociedade.
No entanto, a pós-modernidade é marcada por uma juventude bem diferente das anteriores. Ela não é mais inconformada com o presente e nem apresenta a preocupação em construir um futuro melhor. Não está interessada com o legado que irá deixar, com a história que irá edificar nem com as mudanças que irá produzir.
Não, os jovens dos dias atuais são marcados pela experiência sensorial, interessados no sentimento que irão provar e não têm perspectiva de futuro para eles mesmos.
Isso se reflete também na vida cristã, pois eles também tendem, na vida religiosa, a buscar apenas as sensações da próxima vivência e a não se preocupar com o fundamento e a essência do Cristianismo.
O grande desafio da igreja é resistir à tentação de se adaptar a esse momento. Não devemos, ou melhor, não podemos nos preocupar em oferecer a essa geração um modelo religioso que preencha às suas necessidades. Isso só iria produzir jovens mais vazios e imaturos, sem compromisso e sem convicção. E, como consequência, estaria sendo incentivada uma igreja sem identidade e marcada pela vulnerabilidade.
Ao contrário, trata-se de uma oportunidade preciosa, pois a falta de sonhos e objetivos concretos desequilibra a juventude, podendo produzir novos rumos e expectativas por dias melhores. Temos a obrigação de continuar apresentando-lhe Jesus como uma experiência real e a única solução para as suas angústias, desesperanças e anseios intermináveis por novas sensações.

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 11 de dezembro de 2010

MERITOCRACIA E GRAÇA

A sociedade, em especial o mundo empresarial, está acostumada com a meritocracia, sistema que valoriza o mérito e aptidão para se atingir determinada posição. Esse argumento parece cada vez mais óbvio e justo, já que as distinções não se dão por sexo, raça, riqueza ou posição social e sim, pelo merecimento pessoal.
Na época de Jesus, e também hoje em várias religiões, era necessário fazer muitas obras para se alcançar o Reino de Deus. Além do cumprimento da Lei de Deus, os religiosos da época acrescentavam mais exigências, tornando o mérito fundamental e a salvação quase impossível.
Mas o Senhor veio mudar o sistema religioso. Veio trazer uma novidade que nenhuma outra religião possui: a Graça, qua faz com que todos recebam gratuitamente a vida eterna, declarando-os igualmente não merecedores e dependentes do sacrifício de Cristo.
Em Romanos 3, a Bíblia afirma que homem algum nada fez ou pode fazer para alcançar a misericórdia de Deus. “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. Efésios mostra que ninguém é capaz de ser justificado por si mesmo “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Ef. 2.8,9)
A Graça é um sistema que escandaliza o homem, porque é contrário a tudo o que se está acostumado e deixa-o completamente vulnerável. É exatamente o oposto da meritocracia, que recompensa cada um conforme o merecimento. Confiar em si mesmo é mais fácil do que saber que a própria vida está na dependência de outra pessoa, em especial de Jesus.
O que aos olhos da sociedade é óbvio não é a lógica de Jesus. Deus entendeu o homem e a sua impossibilidade de merecer algo, depositou a sua justiça em Cristo e O enviou ao mundo para dar, gratuitamente, a salvação a cada um. Louvado seja o Senhor, pois Seu imenso amor independe das obras humanas!
John Newton foi um homem que entendeu a Graça de Deus. Traficante de escravos do séc. XVIII, certo dia enfrentou uma imensa tempestade. Ao término do ocorrido, comentou que se sentiu tão frágil e desamparado que concluiu que somente a Graça de Deus poderia salvá-lo naquele momento. Resolveu abandonar o tráfico de escravos e tornou-se cristão, o que o levou a compor o hino Amazing Grace (Graça Maravilhosa), famoso na voz de Elvis Presley. Anos mais tarde, Newton disse: "Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: Eu sou um grande pecador, Cristo é o meu grande salvador." No túmulo de Newton lê-se: "John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir".

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 4 de setembro de 2010

RENÚNCIA: CAMINHO DE BENÇÃOS


“A renúncia é a libertação. Não querer é poder.” (Fernando Pessoa)

Renúncia, no dicionário, tem simples significados: abrir mão, desistir da posse, rejeitar, recusar, não querer, deixar voluntariamente. Na prática, a renúncia talvez seja o maior desafio do cristão.
Estamos acostumados a fazer nossos planos e tomar diariamente nossas decisões. Sentimos segurança nessa atitude. Achamos que, assim, sabemos onde estamos pisando e para onde estamos indo. Queremos, a todo custo, ser donos da nossa própria vida.
Mas o chamado de Jesus é justamente o contrário. Ele nos convida a uma vida de entrega a Deus. E não se trata de uma simples entrega; é a entrega da nossa vida, caminhos e decisões.
O Senhor nos convoca a essa trajetória com autoridade, pois Ele mesmo a trilhou. Sua principal palavra de renúncia foi no Getsemani, próximo da morte: "Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres" (Mc. 14.36).
A Palavra de Deus afirma: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp.2.5-8).
E por que uma vida de renúncia e entrega seria o melhor para o homem?
Porque a queda da humanidade trouxe-nos muitas limitações e o pecado nos impede de fazer escolhas corretas. Somente Deus é capaz de nos guiar para a direção certa e decisões seguras. Compreendendo que somos incapazes e restritos, conseguimos entender a extensão do amor do Senhor e a Sua capacidade de nos oferecer o melhor para nossas vidas.
Tiago (4.13-15) alerta: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.”
Somente a fé na eficácia do sacrifício de Jesus nos permite uma vida de renúncia. Ninguém, em sã consciência, entregaria seu destino a outro, a não ser que conhecesse intimamente a intenção e a capacidade desse novo senhor de sua vida. Paulo entendeu e fez uma declaração que pode nos ajudar: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2.20).
Deixar o Senhor reinar em nós é o ápice da caminhada em Cristo. Essa confiança nos certifica a maturidade cristã, pois somos capazes de devolver a Jesus aquilo que Ele nos ofereceu: a vida.
Também somos participantes com Ele das bênçãos daí advindas. A Jesus, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2; 9-11). E a nós, Ele garantiu: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt. 23.12).
A renúncia de nossos desejos e projetos pode ser extremamente difícil. Para quase todos nós é uma luta diária travada em nossas mentes e corações. Mas é ela que nos liberta e nos livra de nossas próprias escolhas errôneas. Estejamos seguros e determinados a essa ação, com a confiança de que são do Senhor os melhores planos e os melhores desígnios para as nossas vidas.

Rosane Itaborai Moreira

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O REINO E A RIQUEZA


Quando Jesus afirmou aos discípulos que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus, Ele acabara de ter um encontro com o jovem rico (Mt. 19), que recusara vender e doar seus bens aos pobres em troca do tesouro no céu.
Seguindo o texto, no versiculo 27, Pedro pergunta: “Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?”
No versiculo 29, Jesus afirma: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.”
Percebemos que a palavra básica nesse contexto é despojar, ou seja, privar da posse. Para alcançar o Reino de Deus devemos ser libertos de toda forma de acúmulo e excesso que nos aprisiona e impede de aprofundar no conhecimento do Senhor e caminhar na carreira cristã. No texto em questão, o obstáculo é a riqueza, os bens materiais.
O Evangelho de Mateus (cap.13) mostra o valor do Reino dos Céus. Diz que assemelha-se ao negociante, que, ao encontrar uma pérola de grande valor, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. Ou como um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Ainda como uma rede lançada ao mar, e que apanha todos os tipos de peixes, mas só colocam nos cestos os peixes bons; os ruins, porém, jogam fora.
Quando o Reino é encontrado, as demais coisas são necessariamente abandonadas, pois tornam-se desprezíveis diante da importância do tesouro do céu. Fica impossível conviver com a busca da riqueza material, pois o Reino de Deus é precioso e urgente para aqueles que o alcançam.
Jesus mesmo afirmou: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt. 6.24)
É por isso que é mais fácil passar um camelo no buraco da agulha. O rico, com os seus bens, possui segurança nessa vida terrena e se preocupa em manter tal garantia. Ainda não se lançou totalmente nos braços de Jesus. Falta-lhe despojar-se das riquezas, lançar fora os impedimentos de chegar ao tesouro no céu e confiar no Senhor.
Para obter o Reino é necessário renúncia, desprendimento. O verdadeiro cristão torna-se livre de toda forma de prisão que o distancia do Senhor. Jesus afirma: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.” (Lc. 12.15,23)
Para aqueles que tem muito, o Senhor orienta que repartam suas riquezas. Para os que não tem tanto, que busquem apenas o necessário para uma vida digna. Mais que isso impede o acesso ao Reino de Deus. São palavras de Jesus (Mt. 6.19-21): "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu... Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
Entendendo isso, certa vez John Wesley declarou: “Poucas coisas testam mais profundamente a espiritualidade de uma pessoa do que a maneira como ela usa o dinheiro, pois a verdadeira medida de nossa riqueza está em quanto valeríamos se perdêssemos todo nosso dinheiro. Por isso, quando tenho um pouco de dinheiro, livro-me dele tão logo seja possível, para que ele não encontre o caminho do meu coração.”

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 13 de julho de 2010

CONSELHO SÁBIO


“Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia” – este ditado popular reflete o quanto o ser humano, apesar de sempre ter vivido em agrupamentos, é um ser individualista, desconfiado e, hoje, totalmente adaptado ao sistema capitalista. Nada bom é de graça.
Por outro lado, o homem é um ser incompleto, inseguro e angustiado no seu íntimo, e o bom conselho torna-se uma necessidade em certos momentos da vida. De conselhos simples a conselhos que envolvem grandes decisões, o ser humano precisa ver no outro as suas ideias refletidas, aprovadas, elaboradas ou até rejeitadas.
O outro é o canal para o homem falar a si mesmo, se ouvir, se conhecer e decidir as suas questões. Alarga horizontes e muda a disposição mental. Este outro pode ser um amigo, um irmão em Cristo, um pastor...
Felizmente, ainda existem aqueles que escutam e aconselham sem negociar financeiramente seu tempo. Que se colocam ao dispor do outro e, além do conselho, proporciona-lhe o resgate da auto-estima e esperança em dias melhores. Conselho sincero, coerente, com base confiável sempre vale a pena. Favorece o equilíbrio e a restauração do indivíduo.
Em toda a Bíblia encontramos referências valorizando o conselho sábio. Seja em versículos que falam diretamente sobre o assunto ou em relatos em que percebemos o valor do bom aconselhamento. A Bíblia, além de conter inúmeros exemplos de conselheiros, como Moisés, nos fala em Pv. 11.14: “...na multidão de conselhos há sabedoria”. Ou, como diz outro dito popular: “Duas cabeças pensam melhor do que uma".

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 5 de junho de 2010

A LEI DA GRAÇA


Vivemos num mundo capitalista e, mais do que isso, degenerado pelo pecado; daí a dificuldade de lidarmos com a graça. Não entendemos que Jesus nos deu a vida eterna e não exige nada de nós por isso, apenas que aceitemos gracioso presente.
Não são mais necessários sacrifícios, obras ou lei, pois o sangue de Cristo foi o sacrifício definitivo, obra perfeita e cumprimento final da lei.
Para entender viver na graça de Cristo é necessário compreender Suas palavras. Na parábola da Videira e os ramos, o Senhor diz: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo. 15.5)
Ou seja, apenas sendo totalmente dependente de Cristo, estando ligado íntima e definitivamente a Ele é que se produz resultados na vida cristã, pois até quem faz somente o que é correto será por Jesus rejeitado se não for um discípulo seu.
Nosso julgamento primário não será por nossas obras, e sim por quem escolhemos como Senhor: se foi Jesus Ele sempre nos reconhecerá e viveremos eternamente.
A Lei do Antigo Testamento nos serviu como um “aio”, um condutor que mostrou o nosso pecado e a necessidade da misericórdia e perdão de Deus. Cumprida por Cristo, tornou-se desnecessária e, agora, a lei da Graça resume-se no amor.
Quando os religiosos perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento, Ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt. 22. 35-37). E ainda os surpreendeu (v. 38): “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”.
Sendo a lei do amor muito mais abrangente do que a lei mosaica, pois sonda as intenções do coração, não conseguimos vivê-la por nossas virtudes, mas somente pelo poder de Deus. Ou seja, apenas se estivermos presos como ramos na Videira, que é Jesus.
Aos cristãos cabe “negar a si mesmo”, “tomar a cruz e seguir”, “caminhar a segunda milha”, “oferecer a outra face”, “vencer as tentações”, só que debaixo da lei do amor, através da graça de Cristo, pois o homem natural não é capaz de atos tão nobres e tamanho desprendimento.
Se quisermos viver a vida abundante e a liberdade que Jesus nos oferece, precisamos aceitar que simplesmente a graça nos salva e que a vida em Cristo, apesar de não ser fácil, é suficiente para garantir bons frutos em nossa caminhada cristã. Somente o amor de Deus deve nos constranger. Sem legalismo, medo do inferno ou do diabo. Apenas pela lei da graça: o amor.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 1 de junho de 2010

MARCA DE CRISTO


No Evangelho de Lucas (Lc. 7.20), há o relato de que João Batista enviou alguns dos seus discípulos até Jesus com uma questão: “És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?”. Ao que o Senhor respondeu: “Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho” (Lc.7.23).
Diante dessa palavra, podemos olhar para nossa própria vida e perguntar: Minhas atitudes demonstram a minha escolha por Jesus? Sou um cristão verdadeiro, capaz de mostrar o Senhor a todos aqueles que dEle necessitam, a qualquer hora e em todo lugar?
Onde Cristo está há sinais de sua presença, e qualquer dúvida é imediatamente dissipada diante das marcas que a evidenciam. Onde Jesus está os maiores milagres acontecem: vida restaurada, libertação de vícios e pecados, arrependimento, perdão, conversão, vida eterna...
Não podemos ser cristãos sem refletir a glória de Deus. Quem conhece a Cristo e se decidiu por Ele, inevitavelmente irá externar tal relacionamento e mostrar ao mundo as provas de Jesus.
O próprio Senhor advertiu a seus discípulos: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt. 5.13-16)

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 24 de abril de 2010

PEDIR BEM


Jesus afirmou: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.” (Mc. 11.24). E ainda: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (Jo. 14.13,14)
Declarações como essas são para nós, cristãos, um refrigério na alma, motivo de fé e perseverança nas orações.
Muitos, no entanto, encontram na oração o grande dilema do seu relacionamento com Deus. Isto porque suas petições não são respondidas. “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?” (Hc. 1.2)
Para estes, as afirmações de Jesus geram angústia, sofrimento e desconforto, às vezes, até mesmo revolta contra Deus. “Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor; porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura... Eu, porém, Senhor, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração. Senhor, porque rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?” (Sl. 88.2,3,13,14)
Assim como o salmista, eles perguntam: “Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? Cessou para sempre a sua benignidade? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira?” (Sl.77,7-9)
É certo que Deus não deixou de derramar bençãos sobre seus filhos e que a Palavra de Deus não passará. Ela permanece eficaz e poderosa.
A Palavra nos dá a garantia da resposta das nossas orações. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mt. 7.7,8). É ela também que nos ensina como e porque pedir: segundo a vontade de Deus, para cumprir o Seu propósito. “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.” (IJo. 5.14,15)
No entanto, Tiago afirma que há aquele que pede e não é atendido. Ele ensina que isso ocorre porque o que ora pede mal. Pedir mal é pedir contrário a vontade do Senhor, para a própria satisfação pessoal, quando o desejo não é o melhor para o Reino de Deus. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg. 4.3)
Para pedir segundo a vontade de Deus, precisamos, antes de tudo, conhecer os preceitos do Senhor que se revela através de Sua Palavra. E, ainda, ser cheio do Espírito, para que este nos conduza em oração a fim de glorificarmos a Deus. “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm. 8.26)
Deus, em sua infinita bondade e conhecedor do coração de cada um de nós, sempre nos dá o melhor, mesmo quando pedimos mal ou não sabemos como pedir. “Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações” (Pv.21.2) “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” (Jr. 17.9,10)

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 3 de abril de 2010

O CORDEIRO PASCAL


A Páscoa foi uma festa instituída por Deus em lembrança da libertação dos israelitas da escravidão do Egito. O nome significa passagem, alusão à visita do anjo da morte que eliminou os primogênitos egípcios e preservou os hebreus cujas portas das casas tinham sido aspergidas com o sangue do cordeiro pascal (Ex.12.11-27).
Era uma festa com muitas regras a serem observadas pelo povo. O cordeiro morto tinha que ser sem defeito, novo e macho. Na mesma noite, o cordeiro assado deveria ser comido com pão asmo e ervas amargas, não devendo ser quebrados os seus ossos. Se havia sobra para o dia seguinte, esta devia ser queimada. Durante os oito dias da Páscoa não se podia comer pão levedado. Era tão rigorosa a obrigação da guarda da Páscoa que todo aquele que a não cumprisse seria condenado à morte (Nm 9.13). E aquele que tivesse qualquer impedimento legítimo, como jornada, doença ou impureza, tinha que adiar sua celebração até ao segundo mês do ano eclesiástico. Vemos um exemplo disso no tempo de Ezequias (IICr 30.2-3).
Para os cristãos, Jesus Cristo é o sacrifício da Páscoa. Perfeito e sem pecado. Isso é claro na profecia de João Batista, em Jo. 1.29: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" e na ordem do apóstolo Paulo: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado." (1Co 5.7).
Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que foi sacrificado para salvação e libertação dos pecados de todo homem que crê. Para a saída da escravidão do pecado e da morte e entrada na liberdade que nEle há.
Para isso aprouve a Deus que a Sua morte acontecesse exatamente no dia da Páscoa judaica, apresentando de forma clara o paralelo entre o sangue do cordeiro e o sangue do próprio Jesus.
A Páscoa dos hebreus libertou-os da escravidão física e da opressão dos egípcios. O sangue de Jesus nos livrou da escravidão espiritual, do pecado e da morte eterna.
Como Paulo declarou “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). E ainda Pedro: “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (IPe. 1.18,19).

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COMO GRÃO DE MOSTARDA


Nos Evangelhos, encontramos Jesus falando sobre a fé que promove milagres.
"Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível" (Mt 17.20).
Mas como podemos entender essa “fé como grão de mostarda”?
Primeiramente, imaginamos uma fé grandiosa, mas já sabemos que não é, pois o grão de mostarda era uma semente minúscula. Também não se trata apenas de ter uma pequena fé, pois no mesmo episódio Jesus havia repreendido seus discípulos por sua pouca fé.
Creio que o Senhor não se referia somente ao tamanho da fé; seu discurso era mais abrangente. Jesus subentendeu ali a qualidade, o tipo de fé – “como um grão de mostarda” e não "do tamanho de um grão de mostarda".
A semente de mostarda, embora muito pequena, num curto período de tempo transformava-se num arbusto cheio de galhos. Mesmo insignificante, o seu resultado era notável, reconhecido por todos.
O grão de mostarda possuía, em si mesmo, o potencial de produzir uma grande planta.
Da mesma forma deve ser a nossa fé. Por menor que seja, se for uma fé provinda de Deus e colocada em Deus, produzirá frutos evidentes. A fé, tal qual o grão, possui no seu âmago o poder transformador, a condição de produzir muito além do que se pode imaginar.
Essa fé não se apoia em nada humano, seja sentimento, percepção ou inteligência. Não necessita de esforço próprio, mas é a fé simples, ativa e producente, fundamentada em Jesus.
Aprendemos que é necessário "desenvolver a fé"; isso nada mais é do que viver o Evangelho, aperfeiçoar o caráter de Cristo em nós.
Não precisamos de uma medida específica de fé para promover milagres. Mais importante do que o tamanho da fé é o seu alicerce, Jesus, e as ações produzidas naturalmente através dela. O próprio Senhor afirmou: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas..." (Jo 14.12).

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

DIZIMAR COM ALEGRIA


O dízimo é um tema que vem sendo deturpado ao longo da História.
Transformado de contribuição voluntária em obrigação desde que a igreja se ligou ao Estado, passou a ser meio de manipulação pelos líderes e motivo de críticas e piadas, confundindo o cristão sincero.
Mas, independente dos erros e absurdos, frutos de ganância e abuso de poder, é necessário entender que a igreja não sobrevive de forma organizada sem contar sistematicamente com a contribuição dos membros. Ela não pode servir se não possuir uma estrutura adequada.
Os ensinamentos bíblicos sobre contribuição financeira voluntária mostram que os cristãos são livres para ofertar ou não ofertar, que valor para Deus importa menos que sinceridade do coração e desejo de contribuir, que não há patamar mínimo exigido, que Deus ama quem dá com alegria.
Nenhum homem hoje tem o direito de estipular para os outros a quantia ou percentual de renda que o cristão deve contribuir. Mas cada um deve pensar e avaliar bem sobre o privilégio e a responsabilidade de ser participante e contribuinte com o trabalho do Senhor.
Uma vez que tudo é melhor na Nova Aliança, seria justo e correto diminuirmos nossas contribuições financeiras? Será que a nossa gratidão não nos torna mais generosos, desejosos que o Evangelho alcance outras vidas?
O cristão não é chamado a barganhar com Deus, a dar pensando em quanto Ele multiplicará sua vida financeira. O cristão é chamado a se relacionar intimamente com seu Pai, a fazer o melhor para Ele, a serví-Lo com amor e singeleza de coração.
O Senhor não cobra além da possibilidade de cada um. Jesus honrou a viúva pobre ao dizer a Seus discípulos: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofiláceo mais do que fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza, deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43,44).
O Deus que nos ama sem exigir sacrifícios é fiel e nos abençoa com muito mais do que pensamos e pedimos, conforme o Seu poder que opera em nós.
Apesar de Deus não habitar em templos feitos por homens, a igreja local é, e deve ser, o ajuntamento do Seu povo, local abençoador de inúmeras vidas, onde se prega e se ensina a viver a Sua Palavra, de onde missionários são enviados para propagar o Evangelho. Local onde se busca alimento espiritual e conselhos sábios. Para alguns, é o único lugar onde encontram os amigos e se divertem.
Assim, investir com alegria na igreja local é investir no Reino de Deus e cumprir o Seu propósito.
Os erros e abusos cometidos por muitos serão julgados por Deus. Aos cristãos, cabe aplicar os critérios bíblicos e o discernimento do Espírito.

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O CRISTÃO E O MOVIMENTO HOMOSSEXUAL


"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus..." (Mt. 10.32,33)



Estamos vivendo tempos difíceis...
O mundo pós-moderno impôs ao homem conceitos e valores que dificultam até mesmo o entendimento claro da vontade de Deus para a sua vida.
Um exemplo é o da sexualidade. Até pouco tempo, um homossexual era considerado pecador pela igreja, marginal pela sociedade e pervertido pela psicologia. Esses conceitos foram modificados aos poucos, introduzidos através dos meios de comunicação no pensamento contemporâneo do povo até ser incorporado como padrão social normal, aceitável pela maioria e elogiado por outros.
O movimento homossexual tem agido em todas as esferas, desde a mídia, política, escolas, empresas, e agora, intervindo em questões de fé, no Cristianismo.
Totalmente alheio aos ensinamentos bíblicos, pressupõe que o amor de Deus encobriria tal desvio de conduta, aceitando o indivíduo independente do arrependimento.
Ignora textos como Rm. 1.26,27, onde Paulo censura os romanos: “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.”
Também outros, como 1Co. 6.10, onde a homossexualidade é nivelada a outros pecados, como o adultério, roubo e idolatria: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”.
Não podemos esquecer a História e de como a homossexualidade foi considerada tabu durante anos, tratada de maneira dura pela igreja, família e sociedade, que preferiam não confrontar, levando muitos a perderem a fé em sua própria situação e, automaticamente, no Evangelho que liberta. Viviam marginalizados. E, agora, está sendo vista como natural e até irreversível – caso sem solução – para o homem, mesmo que ele não deseje essa condição.
A Igreja se depara com essa situação porque não foi sensata ao longo dos anos. Manteve a posição de tratar o homossexual de forma geral, não considerou cada caso individualmente com sua história de vida. Todos eram ou endemoniados, ou doentes, ou depravados que escolheram este caminho. Assim, não considerou os dilemas da alma, deixando o espaço aberto para que esse movimento tomasse forma.
Aí entendemos a advertência da Bíblia quando diz que os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. O assunto que a igreja abominou, destratou e ignorou durante anos, hoje se encontra entre ela e a sociedade como ponto crítico de tensão. E a luta travada acaba prejudicando aos muitos jovens que estão desorientados em sua sexualidade, desejosos de socorro e da Palavra de Deus, único e imutável preceito para o cristão.
Esses jovens precisam de uma direção, de ajuda para não entrar ou para romper a prática do pecado, mas o movimento homossexual vem ganhando força e ainda tenta impedir qualquer método para tratamento, mesmo para aqueles que se sentem incomodados e infelizes com sua situação.
Como Igreja de Cristo, precisamos nos posicionar à luz da verdade. Um erro não pode conduzir a outro nem justificá-lo. Não podemos nos deixar seduzir pela aparente justiça que o movimento almeja e nem nos deixarmos contaminar pelo relativismo e individualismo dominantes na pós-modernidade.
Quando entregamos nossa vida a Cristo, nos comprometemos com Ele em todas as situações às quais o Evangelho nos conduzir, sejam perseguições, solidão, inimizades, perdas ou prisões.
Por isso, não devemos temer. Precisamos declarar e anunciar, mais ainda, que só há um meio de o homem alcançar as tão desejadas liberdade e paz interior: através do amor de Deus que se manifestou em Jesus Cristo.
E que qualquer outra tentativa para alcançá-las é enganadora, diabólica, frustrante e acaba levando o indivíduo a cadeias profundas e torturas na alma.

Rosane Itaborai Moreira

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

EXAMINA, SENHOR!


“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. (Je. 17.9,10)
Nesse texto, A Palavra de Deus afirma que o homem não pode confiar em si mesmo, ele mesmo não tem capacidade de julgar. Isso porque o homem é um ser corrompido pelo pecado a tal ponto que perdeu os parâmetros de avaliação e as suas motivações lhe são ocultas. Ele mesmo não se conhece. Sua mente pecaminosa descobriu uma maneira de esconder dele mesmo as suas piores intenções e perversidades.
Por isso, Davi clamou: “Senhor, tu me sondas e me conheces... de longe penetras os meus pensamentos. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos” (Sl. 139.1,2,23).
Além de incapaz para se auto-avaliar, o coração do homem tende para o mal e inclina para o pecado. “Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.” (Ec. 11.8)
Somente com ação de Deus podemos nos conhecer. Somente através de Cristo, a Verdade que liberta, a Luz que ilumina, podemos enxergar o estado de podridão que estava nossa mente e coração e começar a caminhar em direção a uma cura. Em Ezequiel 36.26, Deus prometeu ao Seu povo: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.” Essa promessa se cumpriu em nós através de Cristo.
Precisamos permitir que o Senhor nos sonde. Não é Ele quem precisa nos conhecer, mas somente através dEle podemos nos conhecer e ter nosso caráter aperfeiçoado. Somente Deus pode transformar nosso coração, tirando toda dureza, tristeza, maldade e dor.
“Entregar o coração a Deus para exame" talvez seja a melhor maneira de administrar nossa mente e nossa vontade, sabendo que Ele é o Senhor da nossas vidas e em tudo pode nos conduzir, tanto através da Sua Palavra como através do Seu Espírito.
Que Jesus possa completar em cada um de nós a obra que um dia começou, não apenas nos salvando da morte eterna, mas nos libertando, ainda nesta vida, das nossas próprias prisões e enganos.

Rosane Itaborai Moreira

sábado, 26 de dezembro de 2009

SONHAR, PLANEJAR E REALIZAR


O início de um ano traz consigo muitos sonhos e promessas para o futuro.
É um marco para um novo momento da vida. Por isso, os projetos e planos são refeitos e revistos. Promessas como ler mais a Bíblia, orar com freqüência, ser voluntário em uma instituição, entrar na academia, aprender uma nova língua ou instrumento, visitar familiares distantes, abrir um negócio, entre outras, enchem as agendas e os coraçôes.
Todos desejam mudanças, mas poucos são os que chegarão ao fim de 2010 com seus objetivos cumpridos. Os projetos ficam no meio do caminho porque falta planejamento.
O planejamento é uma orientação divina. Jesus, no Evangelho de Lucas, ensina isso em uma parábola: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” (Lc. 14:28-30).. Há um ditado popular que diz: ‘Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde vai.’
O planejamento é importante em todas as áreas da vida. Alguns objetivos demoram mais a serem alcançados e necessitam de mais tempo e adequações. Outros, só dependem de uma simples determinação. Decidir e perseverar. Ao se decidir orar todos os dias pela manhã, é preciso planejar acordar alguns minutos antes, senão não vai funcionar. Já a compra de um carro ou imóvel pode depender de guardar dinheiro, ou vender outro bem, aplicar e esperar o melhor momento.
Deve-se aprender a ser firme e determinado e, ao mesmo tempo, perspicaz e flexível para não se tornar escravo dos próprios planos. De tempos em tempos, é bom avaliar como tem desenvolvido o planejamento inicial e, se preciso, mudar as estratégias para que os objetivos sejam alcançados da melhor maneira.
O principal, antes até mesmo do planejamento, é colocar nossos propósitos e anseios diante de Deus. Como diz Tiago, já que não sabemos o que nos sucederá amanhã, ao fazermos nossos projetos devemos ter a humildade de declarar nossa total dependência de Deus e dizer: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” (Tg. 7.15).
Que Deus nos abençoe e nos conduza na realização de nossos sonhos em 2010!

Rosane Itaborai Moreira

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ATRAVÉS DO AMOR


Muitos de nós passam a vida tentando ter razão. Buscam, por meio da coerência e da justiça, reclamar suas prerrogativas, fazer análises e julgamentos e até mesmo auto-criticas. São tão corretos e severos que ninguém ousa confrontá-los.
Outros vivem sem se expor, sem esboçar sua opinião. Preferem o anonimato. De tão prudentes que são jamais fazem inimizades e estão sempre buscando evitar situações conflitantes.
Com a maturidade, podemos perceber que, na verdade, passamos a vida olhando para o próprio umbigo. Cada um, dentro do seu jeito de ser, procura o modo mais confortável para viver os momentos de tensão e de conflitos, sejam eles em família, trabalho, igreja ou outra comunidade.
Muitas vezes, é preciso desaprovar e criticar uns para se sentir seguro na situação. Outras vezes, é necessário fazer alianças, buscar aprovação em algumas pessoas para manter seu lugar.
Muitos poderiam chamar de insegurança esse comportamento, mas infelizmente, o que podemos avaliar é que a sua base principal é o egoísmo. Segundo o dicionário, egoísmo é o hábito de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Essa atitude exclui o amor.
A Bíblia é bem clara ao afirmar que nada permanece sem amor. Nada tem valor sem amor. Se nem um dom espiritual é assim por Deus considerado, imagine o que deve valer para Ele sem amor a nossa própria justiça, coerência, opinião. Até quando estamos defendendo o Evangelho, supondo estar fazendo em nome de Deus, se nossa motivação for ganhar a briga e não o irmão para Cristo, isso é repudiado pelo Senhor. Na verdade, estamos sendo orgulhosos e carnais.
Para Deus, o amor vale mais que a razão. O relacionamento precisa ser preservado, a discussão deve aguardar o momento de brandura.
Da mesma forma, aquele que não se envolve deixa de se relacionar. O erro não é aparente, não tem repercussão, mas é como o levita e o sacerdote, que já haviam feito a sua parte purificando-se no templo, e, agora, não iriam se comprometer. Teriam que refazer todo o ritual. Preferiram passar direto, serem indiferentes, omissos. Presumiram demonstrar amor a Deus negando compaixão ao homem.
Situações opostas, mas idênticas, mostrando que a nossa tendência não é fazer a vontade de Deus, mas a nossa. Não é fazer o correto, mas o confortável.
Mas, através do amor, podemos fazer diferente. Quando entendemos os nossos atos e as suas conseqüências, temos a possibilidade da mudança e de fazer diferença a nossa volta. Precisamos nos aperfeiçoar. Caminhar nos importando com aquele que caminha ao nosso lado. Seja ele irmão em Cristo ou não, todos precisam ver em nós o amor de Deus e sentir o bom perfume do Senhor. Afinal, somos sal na terra e luz no mundo. O Evangelho não pode ser só falado por nós, mas deve ser percebido e sentido em nós.
Podemos não mudar o mundo. Mas, faremos nossa vida melhor e também as daqueles que estão ao nosso redor. Atrairemos almas para Jesus. Testemunharemos restaurações, milagres, conversões genuínas.
E, ainda, contribuiremos para que haja mais festas no céu.

Rosane Itaborai Moreira

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A CRUZ E EU


A Bíblia declara que ser discípulo de Jesus é uma tarefa árdua e incompreendida pela maioria.
Para o mundo, o cristão é alguém estranho, provavelmente insatisfeito e instável e que está desperdiçando a vida. Para os próprios crentes, as exigências para o discipulado são consideradas tão altas que acabam priorizando o aspecto exterior, os chamados usos e costumes. Já para muitos líderes religiosos, tais cobranças passam a ser amenizadas para atrair mais seguidores ou para acalmar suas próprias consciências. Assim, poucos se entregam sem reservas a Deus, indo além da superficialidade religiosa.
Mas o Evangelho afirma o contrário e revela que Jesus requer entrega total de seus discípulos. Ele afirmou: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc. 9.23).
Isso significa que ser discípulo de Cristo não é simplesmente fazer parte de uma comunidade cristã e seguir certas regras.
É necessário um firme propósito – querer Cristo – e uma tomada de decisão – renunciar a si mesmo. Ou seja, negar seus desejos, autoconfiança, sabedoria, capacidade, justiça própria e reconhecer a total dependência do Senhor.
A auto-renúncia é fundamental para que a natureza de Jesus tome forma no cristão. Deve-se dizer como João Batista a respeito de Cristo: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo. 3.30).
É imperativo ainda tomar a cruz e seguir Jesus. É a cruz que distingue a vida do cristão – vida de obediência, de entrega e, se necessário, de sofrimento e vergonha por amor ao Senhor. Não é apenas um ato de fé, mas uma vivência na alma.
Tomar a cruz é ter uma vida rendida e dedicada a Deus. É uma decisão dolorosa, mas voluntária, fruto do coração que reconhece a necessidade da mortificação do próprio eu para uma nova vida em Cristo.
W. Chantry diz com firmeza: “A morte na cruz pode ser muito lenta, mas a cruz tem um objetivo – tenciona trazer, de modo cruel, o “eu” à morte”. A cada dia, o cristão tem sua vontade e sua vida submetidas a Deus, que o aperfeiçoa conforme a imagem do Seu Filho Jesus.
Muitos ensinam o tomar a cruz como etapa secundária para uma maior espiritualidade, como se não fosse exigido do simples crente. Puro engano dos que querem baratear o Evangelho. A necessidade da cruz é para todos, independente de idade, tempo de conversão, ministério, condição sócio-financeira – todos precisam mortificar o ego na caminhada cristã.
Não se vive para Jesus sem morrer para o mundo. Não se pode tê-lo como Senhor e querer agradar a si mesmo. Ele mesmo disse: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mt. 16.25).
Tozer afirmou que Jesus tem que proporcionar em nós o morrer. Paulo declara “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”; e, depois, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl. 2.20a; 5.24).
O chamado de Cristo é definitivo e preciso – para uma caminhada consciente, voluntária e constante, onde o cristão toma sua cruz para que a cruz esmague o seu ego, permitindo a Deus imprimir-lhe o caráter de Jesus, “para que haja o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2. 5-8)

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ALEGRIA NA ADVERSIDADE


Em tribulações e adversidades, quando a fé de um cristão é colocada à prova, vivem-se sentimentos de tristeza, angústia, dúvida, desânimo, derrota. Mas, a Bíblia afirma que também se pode experimentar a alegria nesses momentos. Tiago escreve: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1:2-4).
A adversidade é importante porque testa a fé; expõe a natureza e a qualidade desta fé. Revela se foi adquirida em meio a conhecimento e entendimento genuíno da Palavra, ou se foi “contraída” nas reuniões estilo neopentecostais, ou se tal fé serviu somente para atender às necessidades pessoais urgentes. A fé do crente pode ser confirmada, reprovada, ou, ainda, considerada imatura e sujeita a novas provas.
A fé aprovada é motivo de muita alegria e fornece a perseverança. A perseverança se traduz em consistência, constância e persistência na vida do cristão, independente das cirscunstâncias.
Esse cristão continua seu caminho com firmeza na maturidade espiritual, crendo na plenitude do Evangelho. Ele não desanima de sua fé, não é levado por vento de doutrina ou por engano dos homens. Ele persiste na Cruz de Cristo, e não desiste da Palavra que salva e liberta.
Ao ter sua vida e seus valores construídos também na adversidade e diante de Deus, o homem tem suas experiências ampliadas e uma vida mais completa. As tribulações levam ao aprendizado prático de questões como a necessidade da oração, o valor do perdão, o peso do pecado, a importância do outro, a fragilidade humana, a misericórdia de Deus... A adversidade produz maturidade que o torna capaz de discernir o real valor das coisas e das pessoas, fortalecendo o caráter cristão.
Enfim, nos momentos de tribulações, podemos sentir alegria ao trazer à memória este texto de Tiago, que nos dá a esperança de sermos pessoas melhores, mais maduras e íntegras depois de termos nossa fé provada e confirmada.

Rosane Itaborai Moreira

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O MEDO DE JÓ


"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?" Sl. 27.1

O Livro de Jó é conhecido por abordar um tema até hoje incompreensível para a humanidade – o sofrimento do homem diante da soberania de Deus. Mas, num entendimento mais profundo e espiritual, pode-se perceber,também, a ação e o tratamento de Deus na vida de um homem sincero, desejoso do bem, mas sem confiança nem paz, e que não conhecia verdadeiramente o Senhor.
O livro inicia com a permissão de Deus para que Satanás tocasse em Jó e em tudo que possuía. Provavelmente, não seria apenas para aceitar o desafio de Satanás e provar, sem motivo algum, a fidelidade de um homem. Esse cenário teria sido pano de fundo para que Deus se revelasse a Jó e o tratasse, utilizando Satanás para agir na sua fraqueza – o medo.
Deus refere-se a Jó como “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal”. Ele oferecia holocaustos por seus filhos e os santificava, temendo que tivessem pecado contra Deus. Quando ocorreu a desgraça sobre sua vida, afirmou: “Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive tranquilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.” (Jó. 3.25,26).
Aí há a declaração de um homem com tanto medo do sofrimento e do castigo de Deus que não tinha paz e agia correta e preventivamente com o objetivo de livrar-se do mal.
O medo é tão nocivo ao homem que se torna senhor da sua vida. Paralisa, limita e atrai o mal, seja por atuação da própria mente, que sabidamente tem poder, seja por força maligna, e, principalmente, pela combinação dos dois. Assim, acaba por fazer que o que se teme torne-se realidade na própria vida.
O medroso é sempre assombrado e atacado pelo objeto de seu temor.
A Palavra de Deus nos garante que o aperfeiçoamento do amor de Deus no cristão livra-o do medo, mas que o medo não permite que esse amor se aprimore. Medo e amor não coexistem. “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (I Jo. 4.18)
O Salmo 91 afirma que aquele que confia e se refugia no Senhor será livrado do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Não temerá o terror da noite nem a seta que voa de dia; nem a peste que anda na escuridão ou mortandade que assola ao meio-dia.
A falta de medo é expressão da total confiança no amor de Deus.
Deve-se não temer nada; ao contrário, ter a plena confiança de que o amor de Deus fortalece seus filhos e os faz mais do que vencedores. Que se Deus é pelos seus, nada poderá ser contrário. Que nada os afasta do Seu amor. Não é preciso temer a dor, a morte, o diabo, o futuro, os sofrimentos presentes, ou os perigos da vida.
Jó não confiava na misericórdia e no pleno amor de Deus; tinha a idéia de um deus de vingança e de castigo, que exigia sacrifícios para continuar abençoando. Um deus que aprisiona e não que liberta.
O medo o havia levado ao tormento, à perturbação e à atuação maligna. Sofreu dores na alma e no corpo. Mas, depois de sua experiência pessoal com o Senhor, pode declarar: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó. 42.5)
Os cristãos devem ser confiantes e ter descanso em Deus, pois Ele está no controle de suas vidas e de todas as outras criaturas. E, o melhor, é que o Senhor ainda assegura a seus filhos que Ele “... age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados segundo o seu propósito" (Rm 8.28 - NVI).

Rosane Itaborai Moreira